terça-feira, 17 de agosto de 2021

  Ásia

 

A Ásia é o maior continente em área terrestre do mundo, estando boa parte do continente localizado no Hemisfério Norte. Além de ser o mais extenso, é também o mais populoso, habitando nele cerca de três quintos da população mundial. A Ásia é multicultural, abrigando diversas culturas, etnias, religiões e tradições.

Geograficamente, o continente asiático é também muito diverso. No continente, localiza-se algumas montanhas que estão entre as mais altas do mundo, grandes desertos e extensos rios. O povo asiático corresponde a uma das civilizações mais antigas do mundo, iniciada há cerca de 4000 anos. A economia e governos são também variados, visto que o continente é composto por um grande número de países, cada qual com as suas particularidades.

Países da Ásia

Os países da Ásia ao todo são 49, entre eles alguns considerados transcontinentais, ou seja, localizados em mais de um continente. Há também no continente asiático territórios dependentes e entidades internacionais reconhecidas, como Hong Kong e Macau.

Territórios não reconhecidos: Estado da Palestina e Taiwan.

Dependências: Ilhas de Cocos e Ilha do Natal (Austrália); Guam (Estados Unidos); Acrotíri e Decelia e   Território do Oceano Índico (Reino Unido).

Regiões da Ásia

A Ásia pode ser dividida em seis regiões geográficas cuja classificação leva em conta os aspectos físicos, sociais e culturais que se assemelham a fim de facilitar o estudo, visto que o continente é bastante extenso, por isso muito diversificado. Contudo é importante salientar que não há apenas uma classificação quanto à regionalização do continente.

Oriente Médio
Corresponde à região geográfica localizada na parte leste e sul do Mar Mediterrâneo até o Golfo Pérsico. A região conta com um pouco mais de 7 milhões de km2 e cerca de 270 milhões de habitantes.

Oriente Médio é considerado berço de várias religiões como cristianismo, islamismo e judaísmo e também considerado um grande centro econômico, político e cultural. Contudo, é uma região bastante conflituosa no que tange a presença de alguns recursos naturais como água, petróleo e gás natural, motivo de muitas disputas entre países.

Ásia Meridional

Corresponde à região localizada no sul do continente asiático e por isso também chamada de Sul da Ásia. Essa região geográfica corresponde também ao subcontinente asiático conhecido como subcontinente indiano.

É uma das regiões mais populosas da Ásia, onde habitam cerca de 1,65 bilhões de habitantes. Essa parte da Ásia é considerada uma das menos desenvolvidas, apresentando baixos indicadores sociais e baixa industrialização.

Sudeste Asiático

Corresponde à região que abrange 11 países (diversas ilhas e a Indochina). Conta com uma área de aproximadamente 4.500.000 km2.. Vivem nessa área aproximadamente 618 milhões de habitantes. O Sudeste Asiático é caracterizado pela presença de vulcões, alguns em atividade; terremotos e também ocorrência de maremotos. Os desastres naturais já vitimaram milhares de pessoas nessa região.

´Ásia Oriental
Corresponde à região localizada no leste asiático e por isso é também conhecida como Leste da Ásia. Essa área coincide com o que é conhecido na Ásia como Extremo Oriente. Possui uma área de aproximadamente 12.000.000 km2 e contam com cerca de 40% da população asiática, sendo, portanto, uma das regiões mais populosas do mundo. Abrange a área de países como China e Japão.

Ásia Central

Corresponde à região localizada entre o leste do Mar Cáspio e o centro-oeste da China e o norte do Irã e o sul da Sibéria. Essa região não é demarcada oficialmente. Segundo as Nações Unidas, essa região abrange a área dos seguintes países: Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Turcomenistão, Uzbequistão e Afeganistão.

Região da Comunidade dos Estados Independentes

Corresponde à região que abrange o território de ex-repúblicas soviéticas, ou seja, repúblicas que pertenciam à antiga União Soviética. São elas: Armênia, Azerbaijão, Bielorrússia, Cazaquistão, Quirguistão, Moldávia, Rússia, Tajiquistão, Turcomenistão, Ucrânia e Uzbequistão.

História

O continente asiático é berço das mais antigas civilizações datadas a cerca de 4000 anos e também é o lugar onde nasceram diversas religiões monoteístas, como o cristianismo e o islamismo. As civilizações surgiram segundo as características de cada região da Ásia. Algumas se formaram às margens férteis dos rios, enquanto outras, como a estepe era habitada por nômades que avançaram para outras regiões do continente.

As várias nações asiáticas possuem diversas formas de governo. Há governos comunistas, como o da China e outros países; há monarquias, como as que governam a Arábia Saudita, e há o governo democrático que estão à frente por exemplo do Japão. Essa diversificação de governos gerou muitas disputas após a Segunda Guerra Mundial e até os dias atuais o continente vivencia diversos conflitos militares e civis.

Economia

O país que apresenta a maior economia no continente é a China. O Produto Interno Bruto do país é de aproximadamente US$ 12,24 trilhões. O crescimento econômico do continente deu-se no período pós-Segunda Guerra Mundial. A economia baseia-se principalmente em:                 Mineração: o continente conta com grandes reservas minerais de petróleo, carvão mineral, ferro, chumbo, zinco e manganês, com destaque para o Oriente Médio, que produz cerca de 30% do total do petróleo explorado no mundo todo.

        Agropecuária: Destaque para a agricultura com o cultivo de arroz, trigo, milho, fumo, juta, algodão, pimenta, entre outros, e a pecuária representada pela produção de suínos, ovinos e bovinos.

    Indústria: As maiores potências industriais da Ásia são: China e Japão e os chamados Tigres asiáticos que correspondem à Coreia do Sul, Cingapura, Hong Kong e Taiwan (territórios que apresentam elevado nível industrial e de desenvolvimento econômico).

           Geografia

O continente asiático é geograficamente bastante diversificado devido à sua grande extensão. Nele, são encontrados diversos tipos de climas, relevo e uma variedade hidrográfica significativa. O relevo caracteriza-se pela presença de terras baixas como o Mar Morto (maior depressão absoluta do mundo) e também de planaltos que apresentam elevadas cordilheiras como a Cordilheira do Himalaia. Algumas regiões encontram-se no chamado Círculo do Fogo (área de grande ocorrência de abalos sísmicos e atividades vulcânicas), portanto, são muito suscetíveis a desastres naturais.

Por ter boa parte do território no Hemisfério Norte, os climas predominantes são característicos desse hemisfério. Ao norte, há predomínio do clima polar; ao centro, predomínio do clima temperado; ao sul, predomínio do clima árido e semiárido (região dos desertos); na Ásia Ocidental, predomínio do clima mediterrânico e, nas proximidades da Linha do Equador, há faixas de clima equatorial e tropical.      

Na hidrografia do continente, alguns rios merecem destaque como: Huang-ho (China), Ganges (Índia e Bangladesh), Indo (Paquistão), Tigre (Turquia, Síria e Iraque), entre outros. Os mares também são abundantes no continente como o Mar Vermelho, Mar da Árabia e o Mar Cáspio.         A vegetação destaca-se com a presença de formações como a tundra, taiga, estepes, florestas equatoriais e florestas tropicais. Há também presença de florestas temperadas e vegetações características dos desertos e regiões semiáridas: as xerófitas.

Cultura

Por abrigar diversos grupos étnicos, a Ásia apresenta uma grande pluralidade cultural. As línguas mais faladas no continente são o mandarim, árabe e o malaio-indonésio. Mas devido à grande diversidade populacional, diversas outras línguas são faladas no continente. As principais religiões no país são: hinduísmo e o budismo. Mas há também representantes do cristianismo, protestantismo, islamismo, xintoísmo e o judaísmo. As tradições e costumes no continente costumam atrair diversos turistas do mundo todo. 

População

O continente asiático corresponde à área de maior número de habitantes do planeta, mais da metade da população mundial. A densidade demográfica do continente chega a cerca de 100 habitantes por quilômetro quadrado. A população distribui-se pelas diversas regiões do continente, concentrando-se especialmente nas regiões de planícies. Nas áreas desérticas e montanhosas, a população é mais escassa.


terça-feira, 10 de agosto de 2021

Combate e prevenção da violência

 

Primeiramente, indagamos acerca da relação existente entre o crime e as condições de vida em sociedade, do quem vem a impulsionar o aumento da violência nas grandes cidades fazendo com que estas possuam um alto índice de criminalidade. Não há que se cogitar que a violência nos centros urbanos provém tão somente da desigualdade social. Com isso, estaríamos afirmando que os pobres, de maneira geral, teriam uma tendência a se tornarem criminosos. Essa associação entre miséria e violência não é absoluta, servindo apenas para desviar a atenção da opinião pública da real situação existente, além de criminalizar a pobreza. A falta de progresso pessoal de maneira isolada não estimula o crime.

Ocorre que, a miséria de alguns em contraste com o progresso de outros, estimularia o crime em busca de um re-equilíbrio daqueles que se sentem inferiorizados. Assim, o crime seria uma solução de emergência dos que se percebem mais pobres frente às desigualdades sociais, sendo o meio urbano um cenário propício, visto que os desiguais convivem próximos.

Outras atenuantes devem ainda ser levadas em consideração, tais como o processo de segregação espacial presente na vida urbana, o qual ocasiona uma expansão urbana desigual com a criação de bairros sem condições de proporcionar vida digna aos seus moradores e a desintegração dos laços sociais provocada pelo individualismo inerente a uma sociedade extremamente competitiva. O Estado, em busca de combater a criminalidade, tem dado prioridade às seguintes formas de ataque: aumentar penas e reaparelhar a polícia. Além da construção de novas penitenciárias visando suprir a demanda de detentos. No entanto, não adianta super-aparelhar a segurança pública, como também criar penalidades mais rigorosas se a raiz causadora do problema permanecer intacta.

O delito é fenômeno social complexo que não se deixa vencer totalmente por armas exclusivamente jurídico-penal. A adoção de referidas políticas autoritárias para combater as questões relativas à segurança pública pode ser mais um motivo de preocupação, haja vista que violência desnecessária pode e, freqüentemente, gera mais violência.  preciso um esforço conjunto dos mais variados ramos do Estado. A sociedade, por sua vez, deve se conscientizar de que é co-responsável na redução dos problemas criminais. Devendo combatê-la juntamente com o Estado, pois a origem dos males encontra também sua parcela de contribuição na família, nas escolas, nas igrejas, nos meios de comunicação, na sociedade civil, como um todo.

Conquanto indispensável, a punição constitui-se apenas como um elemento paliativo. E disto já percebera Beccaria (1775, p. 77) quando proclamou ser "mais fácil, mais útil, prevenir que reprimir". É preciso, pois, que a origem do problema seja atacada. E o meio adequado para se atingir tal objetivo se dá através da prevenção. Esta, por sua vez, procura evitar a incidência da violência e, caso esta venha a incidir, procura evitar a sua reincidência. Destacaremos três tipos distintos de prevenção: 

I. Prevenção primária: tem como objetivo o combate aos fatores indutores da criminalidade antes que eles incidam no indivíduo. Atua na raiz do delito, neutralizando o problema antes que ele apareça. Para isso, busca suprir as carências fundamentais da sociedade, tais como saúde, educação e moradia. É o que preceitua Pablos de Molina (2006, p. 399), ao afirmar que “educação e socialização, casa, trabalho, bem-estar social e qualidade de vida são âmbitos essenciais para uma prevenção primária”. Para que essa modalidade de prevenção produza os efeitos esperados, é necessário um investimento de longo e médio prazo. Sendo imprescindível, portanto, um grande investimento na área social. 

II. Prevenção secundária: consiste em medidas voltadas aos indivíduos predispostos a praticar um delito. Tal forma de prevenção opera a curto e médio prazo, uma vez em que age quando e onde ocorre o crime. A função primordial da prevenção secundária, portanto, é agir sobre os grupos de risco, erradicando seu caráter potencializador do delito. 

III. Prevenção terciária: voltada para a população encarcerada, procura evitar a sua reincidência. Opera, pois, no âmbito penitenciário através de programas de reabilitação e ressocialização, buscando a reinserção social e o amparo à família do preso. Ao mesmo tempo em que há a necessidade de segregar o criminoso, deve haver uma preocupação em ressocializá-lo, uma vez que mesmo voltará a fazer parte da comunidade após o cumprimento da pena. O ideal seria, portanto, que referidas modalidades de prevenção atuassem conjuntamente, cada uma na sua área de desempenho, uma complementando a outra.                  

                   Atividades

1.   Por que o autor diz que a falta de progresso pessoal de maneira isolada não estimula o crime?

2.     Quais fatores o texto aponta como geradores de violência?

3.      Por que as políticas do Estado não têm conseguido extinguir o crime?

4.      Qual é a importância da prevenção?

5.      O que seria a Prevenção Primária?

6.      O que é Prevenção Secundária?

7.      O que é Prevenção Terciária? 


            Violência urbana no Brasil

            É inegável que vivemos dias difíceis, a violência em toda sua plenitude tem envolvido grande parte da sociedade mundial. No Brasil, a violência tem feito milhares de vítimas, em alguns casos esse ato é praticado pela própria família, além de inúmeros outros ocorridos nas ruas.                                                                                                                    

Ao observarmos o quadro atual da violência urbana, muitas vezes não nos atentamos para os fatores que conduziram a tal situação, no entanto, podemos exemplificar o crescimento urbano desordenado. Em razão do acelerado processo de êxodo rural, as grandes cidades brasileiras absorveram um número de pessoas elevado, que não foi acompanhado pela infraestrutura urbana (emprego, moradia, saúde, educação, qualificação, entre outros); fato que desencadeou uma série de problemas sociais graves.

A violência urbana tem ocasionado a morte de milhares de jovens no Brasil, é o principal fator de mortandade dessa faixa etária. Em grande parte isso deve ao envolvimento com o tráfico de entorpecentes, que cresce pela falta de perspectiva social e desagregação de valores.

A criminalidade não é um “privilégio” exclusivo dos grandes centros urbanos do país, entretanto o seu crescimento é largamente maior do que em cidades menores. É nas grandes cidades brasileiras que se concentram os principais problemas sociais, como desemprego, desprovimento de serviços públicos assistenciais (postos de saúde, hospitais, escolas etc.), além da ineficiência da segurança pública. Tais problemas são determinantes para o estabelecimento e proliferação da marginalidade e, consequentemente, da criminalidade que vem acompanhada pela violência.

Os bairros marginalizados das principais cidades brasileiras respondem por aproximadamente 35% da população nacional, nesses locais pelo menos a metade das mortes são provocadas por causas violentas, como agressões e homicídios. Isso é explicado quando nos deparamos com dados de São Paulo e do Rio de Janeiro, onde 21% de todas as mortes são provenientes de atos violentos.

Essa situação retrata a ineficiência do Estado, que não tem disponibilizado um serviço de segurança pública eficaz à sua população. Os servidores reclamam, por sua vez, do baixo salário e da falta de estrutura básica nos postos de serviço. Enquanto o poder do Estado não se impõe, o crime organizado se institui como um poder paralelo, que estabelece regras de ética e conduta própria, além de implantar fronteiras para a atuação de determinada facção criminosa. Algumas cidades do país apresentam um percentual de mortandade proveniente de atos de violência que equivale aos do Iraque, país em guerra.

O Brasil responde por 10% de todos os homicídios praticados no mundo, segundo dados de um estudo realizado a pedido do governo suíço, divulgado no ano de 2008, em Genebra. 

Atividades

1. Qual relação entre o êxodo rural e a violência nas cidades?

2. Por que a violência faz vítimas principalmente entre jovens?

3. Quais problemas encontramos nas grandes cidades que são geradores de violência?

4. O que os servidores da segurança pública protestam?

5. Qual é a consequência da ineficiência do Estado na resolução da violência?

segunda-feira, 9 de agosto de 2021

Apesar de você
Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão
A minha gente hoje anda
Falando de lado
E olhando pro chão, viu
Você que inventou esse estado
E inventou de inventar
Toda a escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar
O perdão
Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Eu pergunto a você
Onde vai se esconder
Da enorme euforia
Como vai proibir
Quando o galo insistir
Em cantar
Água nova brotando
E a gente se amando
Sem parar
Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros, juro
Todo esse amor reprimido
Esse grito contido
Este samba no escuro
Você que inventou a tristeza
Ora, tenha a fineza
De desinventar
Você vai pagar e é dobrado
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar
Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Inda pago pra ver
O jardim florescer
Qual você não queria
Você vai se amargar
Vendo o dia raiar
Sem lhe pedir licença
E eu vou morrer de rir
Que esse dia há de vir
Antes do que você pensa
Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Você vai ter que ver
A manhã renascer
E esbanjar poesia
Como vai se explicar
Vendo o céu clarear
De repente, impunemente
Como vai abafar
Nosso coro a cantar
Na sua frente
Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Você vai se dar mal
Etc. e tal

            O que são fontes históricas?


As fontes históricas são os itens materiais e imateriais (ou seus vestígios) que são produzidos pela ação humana. As fontes históricas são fundamentais para que o historiador possa realizar o seu trabalho de investigação do passado humano.

Os historiadores entendem atualmente que tudo que é produzido pelo ser humano pode ser considerado uma fonte histórica, portanto, não só o texto escrito deve ser entendido como tal. Assim, pinturas, esculturas, construções, fotos, vídeos e relatos orais também são úteis para o historiador. Fontes podem ser diretas, isto é, feitas por contemporâneos, ou indiretas, produzidas na consulta das fontes diretas.

Entendendo as fontes históricas

As fontes históricas são itens feitos pelos humanos no passado, ou vestígios desses itens, tendo função crucial no trabalho do historiador.

Um historiador tem como papel a produção de conhecimento relativo aos acontecimentos do passado da humanidade, e esse conhecimento é fundamental porque permite ao ser humano compreender a sua própria realidade com base nesse passado. Esse trabalho é feito mediante o estudo e a análise dos vestígios deixados pelos humanos de outras épocas, e a análise desses vestígios é feita por métodos desenvolvidos para auxiliarem nessa construção do conhecimento.

Esses vestígios do passado analisados pelo historiador são o que conhecemos como fontes históricas, também chamadas de documentos históricos. Nas palavras do historiador José D’Assunção Barros, as fontes históricas são itens materiais e imateriais ou vestígios deles que ajudam o historiador a construir uma compreensão acerca do passado humano, pois, como defende Marc Bloch, “tudo que o homem diz ou escreve, tudo que fabrica, tudo que toca pode e deve informar sobre ele”.

Quando falamos de fontes materiais, estamos falando de vestígios concretos produzidos por mãos humanas, como textos, pinturas, fotos, filmes, roupas, construções etc. No caso das fontes imateriais, estamos falando diretamente de testemunhos obtidos de pessoas que viveram certo acontecimento histórico ou mesmo de lendas e histórias que são parte da cultura oral de um povo.

Até o século XIX, os historiadores acreditavam que o único tipo de documento válido para construção do conhecimento histórico era o escrito, sobretudo aquele produzido pelos meios oficiais, o Estado, as autoridades e os grandes homens. Essa noção foi sendo desfeita a partir do século XX, quando novos estudos mostraram que é possível construir-se conhecimento histórico com base em outras fontes.

Assim, o documento escrito continuou sendo uma importante fonte histórica, mas sua utilização ampliou-se. Não somente o documento oficial passou a ser considerado, mas também cartas pessoais, diários, relatos de viagens, obras de literatura, por exemplo, começaram a ser vistas como fontes históricas.

Outras fontes começaram a ser usadas pelos historiadores no trabalho de investigação do passado. Com isso, vestígios arqueológicos, como objetos, construções, roupas, pinturas, fotos, gravações em vídeo, filmes, músicas, testemunhos orais etc., também passaram a ser utilizados por eles.

Durante esse processo de diversificação das fontes, os historiadores também começaram uma interlocução maior com outras áreas do conhecimento, assim o que era produzido por áreas como a psicologia, a antropologia e a arqueologia, por exemplo, começou a ser utilizado no trabalho de análise das fontes históricas.              

          Tipos de fontes históricas

        Como vimos, os historiadores atuais fazem uso de uma série de fontes documentais, e essa utilização enriquece o conhecimento produzido. Existem diferentes tipos de fontes históricas, e José D’Assunção Barros organiza-as em quatro, que são:

Documentos textuais: documentos oficiais, cartas pessoais e governamentais, diários, relatos de viagens, crônicas, livros literários, processos de justiça, jornais etc.

Vestígios arqueológicos e fontes da cultura material: referem-se a itens resgatados pela arqueologia, como construções, ruas, estátuas, objetos funerários, roupas, peças de cerâmica etc. Outros itens mais modernos e que não foram resgatados pela arqueologia também se encaixam aqui.

       Representações pictóricas: quadros, fotos, afrescos, pinturas rupestres, charges etc.

Registros orais: testemunhos pessoais e mitos transmitidos oralmente de geração para geração.

     Existe também uma classificação, para diferenciar-se os tipos de fontes produzidas na própria época dos acontecimentos daquelas produzidas na posteridade, com base em relatos antigos. Assim, existem fontes fontes diretas e fontes indiretas. Portanto:

Fontes diretas: produzidas por pessoas na mesma época dos acontecimentos registrados.

Fontes indiretas: produzidas com base nos relatos e vestígios da época, portanto, as fontes indiretas constroem-se por meio das fontes diretas.

     Exemplificando essa questão, no estudo da Peste Negra, podemos considerar o relato de Giovanni Boccaccio como uma fonte primária (ou direta) porque ele viveu em Florença, na Itália, durante a Peste Negra no século XV e, portanto, presenciou o que aconteceu durante essa pandemia. Agora, se formos estudar a Peste Negra com base nos estudos de historiadores modernos, como Jacques Le Goff, estaremos fazendo uso de fontes secundárias (ou indiretas).


             Atividades


  1. O que é uma fonte histórica?

  2. O que são fontes materiais?

  3. O que são fontes imateriais?

  4. Qual era o preconceito que os historiadores tinham com as fontes históricas até o século XIX?

  5. Como se dá a interlocução com outras áreas do conhecimento que a história tem feito desde o século XX?

  6. Sobre a classificação de fontes estabelecida por José D’Assunção Barros, cite:

Três exemplos de documentos textuais.

Três exemplos de representações pictóricas.

  1. O que são fontes diretas? Cite um exemplo.

  2. O que são fontes indiretas? Cite um exemplo.